Violência doméstica é um problema que também aflige os homens!

Vídeo que fiz sobre o assunto:


Artigo:

Coisas que acontecem na véspera de natal. Conversas boas, que engrandecem a gente por um lado, e nos desafiam por outro. Enfim. Um dos tópicos com o qual me deparei foi o do título. Sim, é importante combater a violência doméstica contra a mulher. Mas por que nos esforçamos tanto para ignorar que o problema também aflige os homens?

Enfim, vamos aos dados.

De acordo com o SIM (Sistema de Informações de Mortalidade) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS), tivemos em 2010 oficialmente 52.970 homicídios no Brasil, sendo 48.493 homens (91,5% do total de vítimas) e 4.477 mulheres (8,5%).

De acordo com o estudo divulgado em 2012 pelo Dr. Julio Jacobo Waiselfisz intitulado “Mapa da Violência 2012 – Atualização: Homicídio de Mulheres no Brasil”, obtemos os seguintes números relacionados à violência doméstica:

“Outra informação registrada na Declaração de Óbito é o local do incidente que originou as lesões que levaram à morte da vítima. Entre os homens, 14,3% dos incidentes aconteceram na residência ou habitação. Já entre as mulheres, essa proporção eleva-se para 41%.” (Waiselfisz, Página 10).

Sendo assim, teriam sido vítimas de violência doméstica 14,3% dos homens vítimas de homicídio (6.934 homens mortos); enquanto 41% das mulheres vítimas de homicídios (1.836 mulheres mortas) teriam sido vítimas de violência doméstica.

Portanto, o total das vítimas de homicídios causados por violência doméstica foi de 8.770 mortos, e destes, 6.934 ou 79,06% das vítimas de violência doméstica cujo resultado foi a morte foram do sexo masculino. De forma que, pelo mesmo método utilizado para inferir o número de mulheres vítimas fatais de violência doméstica, podemos afirmar que 80% das vítimas fatais de violência doméstica foram do sexo masculino. Infelizmente, como o foco do estudo era o mapeamento da violência contra a mulher, esse dado passou batido por BOA ou a quase TOTALIDADE da imprensa.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o oitavo em número de suicídios no mundo. Em 2012 foram 12.541 mortes por suicídio, sendo 9.918 homens (79,09%) e 2.623 (20,91%) mulheres. Ou seja, QUATRO em cada CINCO suicídios são cometidos por homens. Dentre as causas estão danos emocionais em decorrência de abuso de ex-cônjuge. Infelizmente, novamente, pouca atenção é dada a este fenômeno porque ele não interessa à narrativa vigente.

 

DADOS COMPLEMENTARES

O mais completo levantamento já feito no Brasil sobre agressões no namoro (entre adolescentes e jovens adultos) foi realizado pelo Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves) da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. De acordo com o estudo, 9 em cada 10 adolescentes afirmaram já ter praticado ou sofrido violência no namoro. Cerca de 30% das jovens mulheres admitiram agredir fisicamente o parceiro,  ante 17% dos homens. Ainda, 33% das adolescentes admitiram forçar o namorado a fazer sexo com elas ao colocar em xeque sua virilidade.

Um levantamento feito pelo Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) “sugere que 22% das meninas atendidas têm comportamento violento contra outras pessoas (sejam meninos, amigas, pais ou professores), ante 12% dos meninos.

Um levantamento da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) encabeçado por Fernanda Bhona apontou que o problema persiste após o casamento. De acordo com o estudo, 77% das mulheres entrevistadas afirmaram já ter xingado, humilhado ou intimidado o parceiro; entre os homens, 71% afirmaram já ter feito o mesmo. Com relação à agressão física, 24% das mulheres afirmaram já ter agredido o companheiro com socos, chutes e tapas; segundo as próprias mulheres, 20% dos homens cometeram o mesmo tipo de agressão. Quando o ato violento deixa lesão, ainda de acordo com as próprias mulheres, 13% delas são responsáveis pela ação, contra 9,5% das agressões masculinas. Ainda de acordo com o levantamento, 16% das mulheres foram forçadas a fazer sexo com o parceiro contra sua vontade, contra 14% dos homens que foram coagidos a fazer sexo com a parceira contra a sua vontade.

Em revista da Universidade Federal de Juiz de Fora, Fernanda Bhona afirma:

“Tanto a mulher quanto o homem
praticam violência. Contudo, é preciso
considerar que o impacto da ação
produzida pelo homem geralmente
é maior que o mesmo ato da mulher.
O tratamento cultural é diferenciado:
quando ele agride, a conduta tende a
ser avaliada como crime; mas se for
ela, em determinados casos, não. Esse
comportamento pode ser até tolerado
socialmente”

Outro dado interessante do mapeamento da violência contra a mulher (Waiselfisz) citado anteriormente é o que se refere ao possível agressor da violência doméstica. Do total de vítimas de violência contra a mulher,  em menos da metade (43,4%) o provável agressor é o parceiro ou cônjuge; e em 19,8% dos casos o agressor é um dos pais ou criadores.  Utilizando dados do SINAM/SVS/MS de 2011, o autor nos aponta os seguintes dados:  na faixa etária de zero a nove anos de idade, o número de atendimentos femininos por violência física cometida por um dos pais biológicos foi de 4.741 garotas. Destes, em 1.877 (39,59%) o agressor foi o pai e em 2.864 (60,41%) a agressora foi a mãe.

Ou seja, a maioria (mais de 60%) das agressões contra crianças de 0 a 10 anos perpetradas por um dos pais biológicos que levaram ao atendimento ou intervenção do Ministério da Saúde foram perpetradas pela mãe.

Bibliografia:

Mapa da Violência contra Mulheres (2012) pela UNESCO:

Clique para acessar o MapaViolencia2012_atual_mulheres.pdf

Mapa da Violência – Geral (2012 )

Clique para acessar o mapa_violencia_2012.pdf

SIM/SVS/MS: Consolida SIM 2011

Clique para acessar o Consolida_Sim_2011.pdf

Site do Ministério da Saúde:
http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=02

Brasil é o 8º no mundo em número de suicídios no mundo, diz OMS:
http://noticias.terra.com.br/brasil/brasil-e-o-8-em-numero-de-suicidios-no-mundo-diz-oms,aa76f125bc048410VgnCLD200000b1bf46d0RCRD.html

Violência Doméstica e Consumo de Álcool Entre Mulheres (UFJF):

Clique para acessar o Fernanda-Monteiro-de-Castro-Bhona.pdf

Matéria da Universidade Federal de Juiz de Fora:

Clique para acessar o 43-45.pdf

Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro republica matéria:
http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/departamento/claves/detalhes-noticias/27966

Elas Batem, Eles Apanham (coisa rara na mídia brasileira):
http://revistaepoca.globo.com/vida/noticia/2011/10/elas-batem-eles-apanham.html

Notícia da pesquisa no Diário da Saúde:
http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=mulheres-praticam-mais-violencia-domestica-homens&id=9004

Fieber, Martin (California State University): References Examining Assaults by Women on Their Spouses or Male Partners:
http://web.csulb.edu/~mfiebert/assault.htm

Pesquisa realizada pela psicóloga Simone Alvim sobre a escalada da violência:

ou aqui

The Truth about Domestic Violence, by Stephan Molyneux:

Stop Abuse for everyone:
http://www.stopabuseforeveryone.org/library/articles/18-article/278-information-on-male-victims-of-domestic-violence.html

Mais em:

http://sexoprivilegiado.blogspot.com.br/2014/03/quatro-em-cada-cinco-pessoas-assassinadas-por-violencia-domestica-no-brasil-sao-homens.html

http://sexoprivilegiado.blogspot.com.br/2013/07/atualizacao-assassinatos-e-agressoes-cometidos-por-mulheres-contra-homens-em-2013.html

http://sexoprivilegiado.blogspot.com.br/2014/01/atualizacao-assassinatos-e-agressoes-cometidos-por-mulheres-contra-homens-em-2014.html

https://papodehomem.com.br/nao-precisamos-de-pesquisas-para-saber-que-os-homens-estao-com-problemas/

Men are always guilty (no matter what):
Aqui

Documentário Red Pill:

The Red Pill – Men’s Rights Documentary


Falsas acusações de estupro
:

Nas varas de família da capital falsas denuncias de abuso sexual podem chegar a 80% dos registros!
http://extra.globo.com/noticias/rio/nas-varas-de-familia-da-capital-falsas-denuncias-de-abuso-sexual-podem-chegar-80-dos-registros-5035713.html?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=compartilhar

13 mulheres que mentiram sobre terem sido estupradas e por que:
http://br.avoiceformen.com/recomendados/13-mulheres-que-mentiram-sobre-estupro-e-por-que/
http://thoughtcatalog.com/janet-bloomfield/2014/12/13-women-who-lied-about-being-raped-and-why-they-did-it/

Polícia de São Paulo registra ocorrência após relato de estupro por pensamento:
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/09/policia-de-sp-registra-ocorrencia-apos-relato-de-estupro-por-pensamento.html

Aluna de pedagogia faz falsa acusação de estupro:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/03/1598943-aluna-de-pedagogia-da-usp-faz-registro-falso-de-estupro.shtml?cmpid=compfb

 

Nota (2019):

Nesse vídeo a palestrante traz dados mais recentes e precisos sobre o assunto: https://youtu.be/Y5Urv7HL52I

Fui questionado sobre o uso de uma “manipulação” ou “falacia lógica” quanto ao dado de que 14% dos homens morrem em casa – o que não quereria dizer que são vítimas de suas cônjuges. Ocorre que o mesmo questionamento pode ser feito no dado utilizado no mapa da violência contra a mulher. Acho que ficou bem claro no vídeo que só demonstrei esse dado por causa da ênfase que é dada a ele no estudo (quando o assunto é violência contra a mulher).

Agora, o dado mais relevante é o que comento em seguida: quase 80% das vítimas de violência doméstica que resultaram em morte foram do sexo masculino de acordo com os mesmos dados que foram levantados no mapeamento da violência contra a mulher (de forma que invalidar o método de levantamento de um automaticamente invalida o outro, ou seja, ou morre mais homem do que mulheres em incidentes de violência doméstica, ou não podemos afirmar qual o número nem de um, nem do outro, invalidando, assim, o estudo sobre “feminicídio”).

Seja como for, estamos em 2019 e os últimos levantamentos já trazem o número de homens assassinados por suas cônjuges e sim, é aparentemente maior do que o de mulheres assassinadas por seus cônjuges. Isso não diminui a importância do combate à violência contra a mulher, mas aumenta a ênfase na necessidade de conscientização e combate à violência contra o homem.

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